A elevação do nível do mar em todo o mundo é uma realidade. As cidades litorâneas precisam se adaptar e se preparar para enfrentar este problema. De acordo com o convidado desta semana da Coluna Zampieri, o engenheiro especialista em obras de defesa costeira, Marco Lyra, é imprescindível que o poder público nas esferas federal, estadual e municipal façam um planejamento estratégico para enfrentar os problemas das enchentes e inundações que já estão ocorrendo nas cidades costeiras.
“Em Alagoas, existem registros do avanço do mar em áreas urbanizadas de Piaçabuçu a Maragogi, por exemplo, num percentual acima de 50%. É preciso planejamento e ação por parte dos municípios litorâneos do estado, garantindo a adaptação e a recuperação de suas praias, devolvendo à população a praia natural recreativa”, afirma o profissional.
De acordo com o que alerta o engenheiro, o setor da construção civil e o mercado imobiliário estão inseridos na economia das regiões litorâneas. “Imóveis construídos muito próximos ao mar devem seguir as legislações existente, inclusive de acordo com os respectivos planos diretores das cidades. Os riscos para construção e aquisição de propriedades em áreas urbanizadas com forte processo erosivo, é o da desvalorização do imóvel. É importante fazer uma avaliação criteriosa, para avaliar o custo-benefício do investimento, evitando problemas futuros”, pontua.
Existem várias alternativas para obras de engenharia costeira que podem ser utilizadas para proteção costeira das praias, entretanto, é preciso fechar a equação custo-benefício, isto é, seu benefício deve ser maior que o seu custo. “Na equação custo-benefício devem ser observados cinco itens de forma concomitante: custo de implantação, impacto ambiental, disponibilidade do material, durabilidade e o custo de manutenção”, afirma.
O planejamento estratégico para essas áreas a médio e a longo prazo, deve ser direcionado para garantir a sustentabilidade do litoral. “Precisamos cuidar do nosso litoral e assegurar o futuro dos nossos descendentes. As cidades litorâneas devem se adaptar para conter as marés do futuro. A forte vocação turística do estado de Alagoas indica a necessidade de adaptação e recuperação das praias alagoanas para enfrentamento dos eventos meteorológicos-oceanográficos extremos”, explica.