A pandemia do COVID-19 provou uma crise econômica mundial e afetará significativamente o mercado de trabalho. Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que o Brasil terá sua economia encolhida em aproximadamente 5%.
Para a economista e pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional e professora na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, Monica de Bolle ainda é cedo para refletir sobre as ramificações da epidemia e da crise econômica.
“No entanto, é possível traçar algumas linhas gerais de como o debate econômico haverá de se reestruturar após esta crise inédita, pois certos sinais já estão em evidência”.
O governo brasileiro criou um programa assistencialista temporário para a população vulnerável, mas Monica Bolle acredita que ele continuará de forma permanente.
“A crise expõe de forma muito clara que a resistência das economias depende, antes de tudo, de seus elos mais frágeis, a saber, a população em situação de vulnerabilidade. Já são essas pessoas as mais atingidas pela doença e pela crise econômica, quadro que deverá se agravar. Não à toa, diversos países formularam programas de assistência na forma de uma renda mínima a ser distribuída para toda a população ou a segmentos dela. Afinal, passada a fase aguda da crise, a população vulnerável continuará a demandar cuidados dos governos”.
Na visão da economista, a solução para o mundo envolve empenho coletivo na reconstrução.
“A saída da crise global exigirá dos países um esforço de reconstrução semelhante ao do período pós-guerra. Tal esforço passará necessariamente pela ação coordenada e por uma reinvenção do multilateralismo. Crises abrem caminhos”.
A saída da crise global exigirá dos países um esforço de reconstrução multilateral